Francesco Fatone é Ph.D em Biotecnologia Ambiental e Industrial pela Universidade de Verona, onde, desde 2014, é professor titular da disciplina de Instalações e Processos Químicos. Sua atividade de pesquisa é centrada na investigação de processos avançados de tratamentos biológicos de águas residuais, visando à remoção de nutrientes xenobióticos, ou seja, substâncias químicas estranhas ao corpo humano, como poluentes e aditivos alimentares.
Autor e coautor de cerca de sessenta artigos científicos e palestrante em mais de cem apresentações em congressos italianos e internacionais, é um dos fundadores da Innoven (www.innoven.it/innoven-3), grupo de pesquisa da Universidade de Verona dedicado ao estudo de processos e tecnologias ambientais, particularmente no que diz respeito ao tratamento das águas residuais e de materiais biodegradáveis, com foco no aproveitamento de biomassa e conversão de energia.
É membro de diversas associações profissionais, entre as quais a International Water Association (IWA) e o Gruppo Ricercatori di Ingegneria Chimica dell'Università (GRICU).
A Itália, por meio da ITA, também vai ter um estande no evento para fornecer informações sobre produtos e tecnologias italianos neste segmento. E mais ainda: durante os três dias do encontro, Francesco Fatone estará no espaço à disposição dos interessados em se aprofundar no assunto.
Em sua apresentação, o especialista vai explicar em detalhes porque a Comissão Europeia adotou o modelo de economia circular. Segundo Fatone, este pacote estimula a transição do continente para uma economia que vai estimular a competitividade global, promover o crescimento econômico sustentável e gerar novos empregos.
De acordo com o especialista, a economia linear baseia-se no processo extrairproduzir-descartar, o que traz risco de esgotamento de recursos naturais, entre as quais a água, e custos de extração cada vez mais elevados. Já a economia circular preconiza que o destino final de um material não é mais uma questão de
gerenciamento de resíduos. A ideia central é eliminar o próprio conceito de lixo, buscando enxergar cada material dentro de um fluxo cíclico, de forma a que se faça o aproveitamento inteligente dos recursos que já estão em uso no processo produtivo.
A economia circular é um sistema reparador, regenerativo, que busca manter produtos, componentes e materiais, quaisquer que sejam, em circulação, tirando seu máximo valor e utilidade.
Para mostrar o desenvolvimento deste setor na Itália neste encontro, a ITA convidou o Ph.D em Biotecnologia Ambiental e Industrial Francesco Fatone, cuja apresentação sobre Gerenciamento Circular das Águas de Esgoto Municipais, será realizada no dia 16 de agosto, às 15h, na sala Santana 2 do Pavilhão Vermelho. O tema é de grande relevância para o Brasil, país em que, de acordo com dados do Instituto Trata Brasil, quase 49% da população não tem acesso à coleta de esgoto e 35 milhões de pessoas sequer têm acesso à água tratada
A expertise da Itália no saneamento básico remonta à época do Império Romano, civilização que foi uma das primeiras a preocupar-se com o fornecimento de água, coleta e tratamento de resíduos produzidos pelo homem. Um bom exemplo disso são os antigos aquedutos que levavam água para diversas regiões de seu imenso território. Somente em Roma, são onze estruturas que, com até 92 km de extensão, figuram entre as mais importantes obras de engenharia da antiguidade, muitas das quais ainda em atividade.
Os aquedutos deram origem ao atual sistema de saneamento básico italiano, que é tema central do 27º Encontro Técnico AESABESP – FENASAN 2016, maior evento de tecnologia em saneamento da América Latina.